quinta-feira, 29 de outubro de 2015

JOGOS MUNDIAIS DA CRUELDADE ANTI-INDÍGENA

É lindo o espetáculo da hipocrisia que chove lágrimas no solo palmense, onde quem não tem conhecimento dos bastidores acaba aplaudindo a utopia cercada de lentes buscando o que turistas desejam ver. Os bastidores bloqueados de forma bruta impede que o conhecimento da realidade suja ali presente se torne pública, arrastando as câmeras apenas para arena, onde o circo é formado pra alegrar platéia cega. Os jogos mundiais indígena, que vem acontecendo em Palmas-TO, serve para tirarmos como exemplo a conduta medíocre daqueles que nós mesmos colocamos no poder, aprovando PEC's vergonhosas como a PEC215 que nada mais é que um derramamento de sangue à vista. Além disso, podemos ver outras situações que é de causar extrema revolta, como por exemplo a forma que os indígenas nacionais vem sendo tratados; descaso, humilhação e falta de respeito, seja em relação ao alojamento, alimentação ou locomoção. No dia 28 desse mês por exemplo, o almoço da etnia Javaé só foi servido as 15hrs da tarde, mas tudo bem, "normal"; outro caso de chamar atenção foi desabamento do refeitório indígena, que segundo informações internas, diferente do que foi publicado pela mídia tocantinense, não deixou três funcionários feridos, e sim dois indígenas e dois funcionários, total de quatro pessoas. Falta de compromisso banhada por promessas também veio à tona quando o assunto foi a locomoção, onde os indígenas nacionais vem tendo dificuldade no acesso a transporte para se locomover pela capital; também segundo informações de uma voluntária, há casos de índios que deram entrada em hospitais da região, afirmo novamente, nada disso sai em mídia, já que tá bem clara a verdadeira intenção da prefeitura.
Falta de respeito também ao cortarem os microfones dos índios que manifestavam na arena contra a PEC215, onde deixam claro que ali é lugar de por fantasia e dançar no maravilhoso mundo da hipocrisia, que continua assim desde abertura, onde povos indígenas ficam proibidos de entrar na cerimônia, mostrando que Palmas não é a capital da #SomosTodosIndígenas , talvez seja da #SOMOSTODOSMANIPULADOS.
Ainda no dia 28, durante a manifestação cultural em um show de RAP indígena, houve mais manifesto contra a PEC215, e na manhã do dia 29 prosseguiu.
Segundo informações sigilosas de pessoas ligadas a organização do evento, afirmam que indígenas internacionais vem tendo alguns privilégios, é visível quando as notícias de descaso só saem relacionada a povos brasileiros.
Segundo a mesma fonte, foi repassada à mim a informação de que pode haver uma paralisação geral antes da cerimonia oficial de encerramento, ou seja, durante os jogos, como disse a fonte, o ITC - Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena, se reunirá com líderes indígenas para organizar a manifestação unificada que pode ter como resultado a paralisação dos jogos.
E assim continua o festival de câmeras para a arena, e as lágrimas nos bastidores, fora os índios que voltaram para suas terras após ver de perto a realidade que estavam prestes a enfrentar.
Vamos aplaudindo, assim o som da nossas palmas não deixa vazar o grito de justiça daqueles levantam cartazes em busca da demarcação de suas terras, o choro de quem sofre nos bastidores e a revolta daqueles que não se calam diante de tanto descaso maquiado.
Bem vindo, esse é o I JOGOS MUNDIAIS DA CRUELDADE ANTI-INDÍGENA!

Por: Lucas Henrique





domingo, 18 de outubro de 2015

Nem sei onde nasci... | COMPLETO |

Não sei onde nasci, mas me conheço das calçadas
Tenho um papelão, um chinelo rasgado e um pequeno vira lata
Nunca tive uma casa, cresci desse lado do mundo
Até esqueci meu nome, me chamam de vagabundo
Eu não entendo nada, queria me proteger do calor ou do frio
Mas sou saca de pacandas só um lixo do Brasil
As vezes passo fome e as esmolas não são suficientes
Tenho que fazer uns corres em carteiras de clientes
Queria um emprego mas falaram que era um absurdo
Sou pobre, preto e ainda sem estudo
Uns diziam pra mim ter esperança
Outros até falavam "É só uma criança"
Sem camisa no sol quente perambulando sujo
Eu nem sei como faço pra ir à uma escola
Meus amigos só aprendem na rua cheirando cola
Eu penso na vida e não queria isso pra mim
Mas vejo o governo desejando o meu fim
Queria falar com a presidenta, só trocar uma idéia
Nem cheguei a ser pobre e ja nasci na miséria
Hoje uma criança, amanhã serei um homem
Sem estudo, vagabundo, furta pra matar a fome
Única vez que me filmaram foi pra gerar notícia
Depois de transmitido fui esquecido pela mídia
Mas eu fiz silêncio, cuidado com a vida
Minha boca aberta é fechada com a polícia
Não entendo os políticos, não entendo essas leis
Até minha sujeira é mais limpa que vocês
Eles não sofrem com tanta corrupção
Mas no cair da noite eu vou ta no papelão
E se eu acordar pela manhã é um sinal de sorte
E luta pela vida me torna mais forte
Um verme qualquer jogado ali na rua
So queria ter uma casa, comer bem e ver a lua
Correr no quintal, ter um pai e uma mãe
Um dia me casar e estourar o champanhe
Eu ainda sonho pra falar a verdade
Mas sou interrompido com essa realidade
E fico por aqui, só mais um dos revoltados
Sem camisa no papelão e cãozinho do lado...
- Lucas Henrique